![]() No MEET THE TEAM desta semana, em comemoração ao 6º aniversário da Associação BJWHF, temos como 6º entrevistado o Presidente desta Associação. Ele já desempenhou todas as funções nesta equipa mas segundo ele, “ o melhor de tudo continua a ser o que se retira no fim – ver os atletas satisfeitos a jogar a sua modalidade de eleição.” O nosso sexto entrevistado, a quem muito agradecemos por ter aceitado o nosso convite, chama-se LUIS BAIÃO, que deixa um convite a todos os interessados em integrar a nossa equipa: " Não interessa muito o que és (labels are so overrated) mas o que tens para dar. Acredita que neste clube nunca ficas a perder.” Confiram a entrevista! ENTREVISTA COM UM LISBON CROW NOME: Luis Rhodes Baião IDADE: 36 OCUPAÇÃO: Farmacêutico FRASE QUE TE DEFINE: “All work and no play makes Jack a dull boy. All play and no work makes Jack a mere toy.” QUANDO TE JUNTASTE AOS LISBON CROWS? Encontrei-me com os Lisbon Crows num dos primeiros treinos da modalidade no verão de 2011. Na altura nem sequer tinham nome; só o viríamos a escolher mais tarde. Tinham-me falado na equipa e fui, meio tímido, ter ao parque da Quinta das Conchas onde se juntava um grupo de bravos rapazes com uma rede portátil. Eu já não jogava há uns anos e nem sabia o que deveria esperar mas correu tudo bem. O espírito desportivo e a camaradagem convenceram-me logo a ficar. O QUE TE FEZ JUNTAR AOS LISBON CROWS? Eu morei durante um ano em Bruxelas onde procurei uma equipa para poder continuar a jogar voleibol, depois de sair do desporto universitário. Gostava mesmo do desporto e não queria parar. Integrei-me numa equipa LGBT, com vários níveis de prática e, sobretudo, com uma enorme riqueza humana e diversidade de pessoas. Esta equipa foi importante para me abrir os olhos a outras realidades e para me abrir as portas da babel que é a capital europeia. Integrando a equipa em competições amigáveis acabei por descobrir que havia equipas congéneres em quase todas as cidades da Europa. Desde que tinha regressado a Lisboa que procurava uma equipa parecida, mas levou ainda uns bons anos até que aparecesse a convergência de interesses e as pessoas certas para levar o projecto adiante. Quando soube, não pude ficar de fora. COMO AVALIAS A TUA PASSAGEM PELOS LISBON CROWS? Entrei nos Lisbon Crows como atleta, e ainda hoje pratico como tal, mas já fiz de tudo pela equipa. Já dei treinos, já organizei torneios, já angariei fundos, já desenhei equipamentos, já congreguei vontades, já dirigi a equipa e o melhor de tudo continua a ser o que se retira no fim – ver os atletas satisfeitos a jogar a sua modalidade de eleição. Sinto que o que faço pela equipa é uma retribuição por tudo aquilo que ela me dá primeiro. O desporto colectivo permite o contacto humano e o aprimoramento das nossas competências individuais e sociais, a par com o crescimento técnico e o bem-estar físico e psicológico. É óptimo chegar ao final de um dia de trabalho e poder tirar a cabeça dos assuntos com um treino de voleibol e se, depois disso, ainda houver um jantar ou uns copos, tanto melhor. PARTILHA ALGUMA EXPERIÊNCIA TUA NOS LISBON CROWS COM OS NOSSOS FÃS: Uma experiência inesquecível foi a nossa primeira participação internacional dos Lisbon Crows em que levámos uma equipa ao Tournoi International de Paris em 2012. Adivinhava-se uma luta forte com 2 dias de jogos e 3 de festa. Entrámos no nosso primeiro jogo a perder e a ânsia de passar à frente no marcador levava-nos a todos concentrados. Saltei para um bloco e quando volto ao solo sinto o meu pé a ceder e a virar. A cara do árbitro em pânico foi a primeira percepção de que tinha o pé mal – estava pendurado na articulação (e já não articulava). Imobilizei o meu próprio pé e pedi para ser retirado de campo. Não tardaram a aparecer os bombeiros sapadores de Paris para me carregarem para a ambulância que me levaria a serpentear pelo trânsito até ao Hospital de Saint Antoine onde fui operado e recomposto. Lembro-me de me servirem camarão e presunto numa das refeições e de eu achar aquilo um luxo desnecessário que não veria certamente em Portugal. Os amigos que tinha em Paris, com quem tinha tentado combinar encontrar-me, foram visitar-me à enfermaria do St. Antoine. Foi revigorante receber os meus colegas de equipa que apareceram todos no hospital, no último dia, para voltarmos para Lisboa. Entre cadeiras de rodas e momentos carregado em braços, voltámos todos juntos, o que foi muito importante para mim. Foi um torneio inesquecível apesar de nem sequer ter estado lá muito tempo. JÁ PRATICAVAS ALGUM DESPORTO ANTES DE TE JUNTARES AOS LISBON CROWS? Tive sempre desporto presente na minha vida. Fiz 10 anos de natação, 7 de karaté e já vamos em 17 anos a jogar voleibol. Alguns desportos pratiquei ao mesmo tempo, algumas vezes mais a sério. Fui até federado mas nada que me tenha levado a largar tudo o resto para me dedicar unicamente à competição. Neste momento considero-me confortavelmente um amador. QUE CONSELHO DARIAS A QUEM QUER INTEGRAR OS LISBON CROWS? Praticar um desporto colectivo é uma prática de saúde física, psíquica e social que não é comparável (mas que pode ser complementar) à mais comum prática de actividade física individual em ginásio. Ter um grupo de amigos com quem partilhamos o mesmo interesse pela modalidade ajuda-nos a por as nossas diferenças de parte e a aceitarmo-nos melhores como somos enquanto sociedade plural e diversa. Não interessa muito o que és (labels are so overrated) mas o que tens para dar. Acredita que neste clube nunca ficas a perder. Os comentários estão fechados.
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